31/01/2008

MEU POVO, MEU POEMA

Carlos Tarrats

Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova

No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar

No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro

Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil

Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta


Ferreira Gullar

“Toda Poesia” – “Dentro da Noite Veloz (1962/1975)”
José Olympio – Editora – Rio de Janeiro

Sem comentários: