13/04/2009

AO LONGE

ROBERT BONK

Ao longe vejo as flores nos canteiros
em casa de meus pais longos dias en
tre cheiros divinais sem medida nem
outro sentido senão as transparências

Ao longe o beijo na face de que ficou
o traço que pressinto e não vejo embo
ra todas as bocas sejam sagradas quan
do por amor nos beijam e nos deixam

Ao longe o mar povoado de infinito ar
fando por chegar à costa calmo manso
molhando os pés descalços cuidado vê
lá se te molhas! E corrias a agarrar-me

Ao longe navegam as gentes para além
da memória que vive comigo, esqueço
o lugar exacto, o cheiro a flores bravas
plantadas num canto do mundo antigo

7/4/2009

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