12/08/2009

Restos mortais de Jorge de Sena trasladados "na primeira quinzena de Setembro" para cemitério dos Prazeres

Lisboa, 12 Ago (Lusa) - Os restos mortais do escritor Jorge de Sena serão trasladados "na primeira quinzena de Setembro" de Santa Barbara, na Califórnia, para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa, informou hoje à Lusa fonte do Ministério da Cultura.

A trasladação tinha sido anunciada em meados de Junho, sem mais pormenores, pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, durante a cerimónia de doação do espólio do poeta de "Arte de Música" à Biblioteca Nacional.

Poeta, ficcionista, dramaturgo, crítico e ensaísta, um dos vultos maiores da cultura portuguesa do século XX, Jorge de Sena nasceu em Lisboa em 1919 e faleceu em 1978 nos Estados Unidos, onde viveu exilado desde 1965 e leccionou, como catedrático, Literaturas Portuguesa e Brasileira e Literatura Comparada.

Antes de se fixar nos Estados Unidos viveu no Brasil, aí exercendo as cátedras de Teoria da Literatura e de Literatura Portugal.

A sua vasta obra literária inclui títulos como "Perseguição", o seu livro de livro de estreia em 1942, "Fidelidade", "Metamorfoses" e "Arte de Música" (Poesia), "O indesejado" e "Ulisseia adúltera" (Teatro), "Andanças do demónio", "O físico prodigioso", "Os grão-capitães" (Contos), "Sinais de fogo" (Romance, o único que escreveu), "A poesia de Camões", "O reino da estupidez" (em vários volumes), "Os sonetos de Camões e o sonete quinhentista peninsular", "O poeta é um fingidor", "A estrutura de 'Os Lusíadas'" (em vários volumes), "Fernando Pessoa & C.ª Heterónima", "Maneirismo e barroquismo na poesia portuguesa dos séculos XVI e XVII" (ensaio).

Da sua poesia, Sena disse um dia que ela representava "um desejo de independência partidária da poesia social, um desejo de comprometimento humano da poesia pura, um desejo de expressão lapidar, clássica, da libertação surrealista, um desejo de destruir pelo tumulto insólito das imagens qualquer disciplina ultrapassada e sobretudo um desejo de exprimir o que entende ser a dignidade humana - uma fidelidade integral à responsabilidade de estarmos no mundo".

RMM.

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