24/02/2011

HOMENAGEM À SENHORA DONA C. QUE GOSTA MUITO DE POESIA



No dia da despedida da funcionária apreciadora de poesia. O seu último recado:

O Sr. Doutor pensava que me ia embora sem escrever para si? Pois pensou mal.
Não vale a pena fazer cara feia ou ficar zangado comigo, porque só falta "um bocadinho assim" para eu me afastar.
Espero que continue a escrever, eu acho, não, tenho a certeza que é aí onde o Sr. Doutor, põe a nu toda a sua sensibilidade.
O seu livro está na minha estante, junto dos outros que me têm oferecido e vai ser também, religiosamente guardado. Obrigado.
Vou-lhe escrever um bocado de uma canção, que eu gosto muito de cantar.
É assim, veja se recorda:

"Canta, canta, Amigo Canta,
vem cantar a nossa canção,
tu sózinho, não és nada
junto temos o mundo na mão...
Canta, canta, Amigo, canta"....

Lembra-se?
Eu sei, que o Sr. Doutor, junto com os outros que escolher, vai levar este barco (o Instituto) a bom porto.
E eu, lá no meu cantinho, em casa, quando souber (espero que alguém me diga), vou dizer a sorrir:
"Ele conseguiu, uau, conseguiu".

Receba uma mão cheia de cravos vermelhos e papoilas, são as flores que mais gosto.
Cravos pelo que representam, e papoilas, porque são livres, como eu,
porque cheiram a campo, como eu, cheiram a povo, cheiram a mãe, a avó, como eu.

Tudo de bom para si e família.

Sr. Doutor, "até sempre, até sempre"

C.
24/4/2009

16/02/2011

Miguel Hernández



Todo era azul delante de aquellos ojos y era
verde hasta lo entrañable, dorado hasta muy lejos.
Porque el color hallaba su encarnación primera
dentro de aquellos ojos de frágiles reflejos.

Ojos nacientes: luces en una doble esfera.
Todo radiaba en torno como un solar de espejos.
Vivificar las cosas para la primavera
poder fue de unos ojos que nunca han sido viejos.

Se los devoran. ¿Sabes? No soy feliz. No hay goce
como sentir aquella mirada inundadora.
Cuando se me alejaba, me despedí del día.

La claridad brotaba de su directo roce,
pero los devoraron. Y están brotando ahora
penumbras como el pardo rubor de la agonía.


El Supremo rechaza revisar la condena a muerte de Miguel Hernández pero reconoce su injusticia

11/02/2011

Handel



Sopra o som das vozes que inebriam o corpo
E o enchem de emoções contidas e secretas
Inscrevendo o seu rastro num lugar sublime

11/2/2011

02/02/2011

A página em branco



A página em branco na minha frente
Vulgar espaço por preencher, o vazio
De tudo o que há por dizer, qual não
Querer caminhar adiante da sombra
A página que resta por escrever, sós
Somos nada ou quase, caminhantes
De uma página em branco, viajantes

31/1/2011