SAIU A REVISTA SULSCRITO COM EXELENTE QUALIDADE QUER PELO CONTEUDO, QUER PELO GRAFISMO. MAIS TRADE REPRODUZIREI ALGUNS DOS TRABALHOS NELA PUBLICADOS. HOJE ESTOU COM PROBLEMAS DE EDIÇÃO ... Links no http://www.absorto.blogspot.com/
28/06/2010
26/06/2010
diálogo a sós
ainda e sempre a lembrança
do tempo dos afectos juvenis
a busca da fé e da esperança
até na hora triste de abdicar
imagem pura do lugar vazio
usurpado pelo corpo alheio
o diálogo a sós tantas vezes
maldito imposto pelo medo
solidão perversa de palavras
omitidas e silêncios severos
a lembrança do músculo teso
na esfinge do herói sonhado
mortandade de legiões crentes
tomado o destino em suas mãos
a ilusão nos rostos iluminados
cheirando em fila flores de paz
outra vez o anúncio antecipado
da tirania que a liberdade procria
e o homem na sua indiferença
cede ao medo que se anuncia
no ar ecoa a lembrança sofrida
do diálogo a sós com a morte
Lisboa, 8 de Junho de 2003
do tempo dos afectos juvenis
a busca da fé e da esperança
até na hora triste de abdicar
imagem pura do lugar vazio
usurpado pelo corpo alheio
o diálogo a sós tantas vezes
maldito imposto pelo medo
solidão perversa de palavras
omitidas e silêncios severos
a lembrança do músculo teso
na esfinge do herói sonhado
mortandade de legiões crentes
tomado o destino em suas mãos
a ilusão nos rostos iluminados
cheirando em fila flores de paz
outra vez o anúncio antecipado
da tirania que a liberdade procria
e o homem na sua indiferença
cede ao medo que se anuncia
no ar ecoa a lembrança sofrida
do diálogo a sós com a morte
Lisboa, 8 de Junho de 2003
24/06/2010
CÓDIGO DA ESTRADA (um poema antigo)
Pamela Creevey
é preciso saber de cor
as coisas banais
que se fazem todo o ano
lavar os dentes, comer
ouvir rádio,
beber a bica, sensações
fumar um charuto, abrir a porta
a alguém que tocou
de propósito, por engano
ensaiar cábulas na mão esquerda
inversões, velocidades
e os limites das dimensões
em Londres as autoridades
não cedem, o pirata do ar
parece que é tanzaniano
o músculo retesa-se ao arrancar
é quase meia noite,
agarrem-me que vou voar
Lisboa, Dezembro de 1981
é preciso saber de cor
as coisas banais
que se fazem todo o ano
lavar os dentes, comer
ouvir rádio,
beber a bica, sensações
fumar um charuto, abrir a porta
a alguém que tocou
de propósito, por engano
ensaiar cábulas na mão esquerda
inversões, velocidades
e os limites das dimensões
em Londres as autoridades
não cedem, o pirata do ar
parece que é tanzaniano
o músculo retesa-se ao arrancar
é quase meia noite,
agarrem-me que vou voar
Lisboa, Dezembro de 1981
22/06/2010
AS TUAS MÃOS
Pamela Creevey
não quero deixar
as tuas mãos sem o meu
corpo
elas o conhecem
melhor que quaisquer
outras
quais mãos amantes
que o penetram fundo
e o saciam
as tuas mãos um dia virão
à minha presença
a sós
para me violarem a alma
mais além
do meu corpo
ciciando doces palavras
de desejo em voo
nocturno
carícia final
que me faz sonhar
no gesto que me possua
Lisboa, 3 de Setembro de 2003
não quero deixar
as tuas mãos sem o meu
corpo
elas o conhecem
melhor que quaisquer
outras
quais mãos amantes
que o penetram fundo
e o saciam
as tuas mãos um dia virão
à minha presença
a sós
para me violarem a alma
mais além
do meu corpo
ciciando doces palavras
de desejo em voo
nocturno
carícia final
que me faz sonhar
no gesto que me possua
Lisboa, 3 de Setembro de 2003
19/06/2010
A BEM DA NAÇÃO
Fotografia de Hélder Gonçalves
Posso sair por uns instantes
daquele que me dou a conhecer
e todos reconhecem pela imagem de um homem
honesto perfilado no pedestal da probidade
reconhecidamente probo - bela palavra probo -
ou seja incapacitado por sua natureza de cometer
qualquer imprudência inqualificável
que o leve a ser apontado na esquina
da rua no largo no bairro na baixa
da sua cidade como aquele que é igual
a todos os outros
a todos os demais
menores denominadores comuns sociais
incendiários stritu sensu
ou incendiários de prazeres imorais.
São todos iguais
disse na televisão: é verdade.
Posso sair por uns instantes
desta incomoda posição de parecer normal
e de cumprir com a minha obrigação?
Deixem-me assumir uma pose de Estado
e afiambrar um discurso que me devolverá à liberdade
de ser suspeito antes de ser condenado.
Deixem-me ser eu próprio a confessar os factos
as faltas os erros os desvios e que mais...
não se macem em pôr notícias nos jornais
eu próprio me reconheço autor confesso
do descalabro da coisa pública.
Um horror a coisa pública
vista daquele ângulo da casa de banho
agachada em postura declaradamente impudica.
Gente sem preparo nem fato assertoado
antecedida e procedida por igual
de uma ineficácia confrangedora
diz a directoria do DN no editorial.
Que mais se espera do que ser removida
a coisa publica
com o devido asseio
e dentro da mais estrita legalidade.
Descansem todos os honestos coitados
quantos cuidam de não trair
sua boa reputação
podeis continuar a trabalhar,
A Bem da Nação
Lisboa, Agosto de 2003
[A propósito da morte de José Saramago uma série de poemas de 2003 na sua maioria inéditos.]
Posso sair por uns instantes
daquele que me dou a conhecer
e todos reconhecem pela imagem de um homem
honesto perfilado no pedestal da probidade
reconhecidamente probo - bela palavra probo -
ou seja incapacitado por sua natureza de cometer
qualquer imprudência inqualificável
que o leve a ser apontado na esquina
da rua no largo no bairro na baixa
da sua cidade como aquele que é igual
a todos os outros
a todos os demais
menores denominadores comuns sociais
incendiários stritu sensu
ou incendiários de prazeres imorais.
São todos iguais
disse na televisão: é verdade.
Posso sair por uns instantes
desta incomoda posição de parecer normal
e de cumprir com a minha obrigação?
Deixem-me assumir uma pose de Estado
e afiambrar um discurso que me devolverá à liberdade
de ser suspeito antes de ser condenado.
Deixem-me ser eu próprio a confessar os factos
as faltas os erros os desvios e que mais...
não se macem em pôr notícias nos jornais
eu próprio me reconheço autor confesso
do descalabro da coisa pública.
Um horror a coisa pública
vista daquele ângulo da casa de banho
agachada em postura declaradamente impudica.
Gente sem preparo nem fato assertoado
antecedida e procedida por igual
de uma ineficácia confrangedora
diz a directoria do DN no editorial.
Que mais se espera do que ser removida
a coisa publica
com o devido asseio
e dentro da mais estrita legalidade.
Descansem todos os honestos coitados
quantos cuidam de não trair
sua boa reputação
podeis continuar a trabalhar,
A Bem da Nação
Lisboa, Agosto de 2003
[A propósito da morte de José Saramago uma série de poemas de 2003 na sua maioria inéditos.]
15/06/2010
QUANDO A NOITE SE PÕE EM SILÊNCIO
Gaylen Morgan
Quando a noite se põe em silêncio
Depuram-se todos os sons íntimos
E oiço ao longe a voz da esperança
Entoar cânticos nos rostos antigos
s/data
Quando a noite se põe em silêncio
Depuram-se todos os sons íntimos
E oiço ao longe a voz da esperança
Entoar cânticos nos rostos antigos
s/data
13/06/2010
Sem título
11/06/2010
FAZ TEMPO
Fotografia de Hélder Gonçalves
Faz tempo que não assoma ao meu coração
O calor de um calafrio um estremecimento
Um arrepio a picada íntima, luxúria, alento
Salto vital retirada do labirinto da maldição,
Faz tempo, muito tempo, não sei dizer quão
Quanto e qual mesmo nada acontece de real
Nem uma vaga palpitação no membro, o tal
Nada apetece do que me apetece penetração,
Faz tempo que o tempo se esvai a caminhar
Se escoa, se desalinha e enfim me entristece
Se o olho direito de frente ele desvia o olhar
E vira espelho e no reflexo me vejo definhar
Sem saber afagar o corpo que se me oferece
Faz tempo que o desejo paira suspenso no ar
Lisboa, 12 de Janeiro de 2004
Faz tempo que não assoma ao meu coração
O calor de um calafrio um estremecimento
Um arrepio a picada íntima, luxúria, alento
Salto vital retirada do labirinto da maldição,
Faz tempo, muito tempo, não sei dizer quão
Quanto e qual mesmo nada acontece de real
Nem uma vaga palpitação no membro, o tal
Nada apetece do que me apetece penetração,
Faz tempo que o tempo se esvai a caminhar
Se escoa, se desalinha e enfim me entristece
Se o olho direito de frente ele desvia o olhar
E vira espelho e no reflexo me vejo definhar
Sem saber afagar o corpo que se me oferece
Faz tempo que o desejo paira suspenso no ar
Lisboa, 12 de Janeiro de 2004
05/06/2010
O que desejava dizer-te
O que desejava dizer-te não pode ser escrito
E a distância de todos os tempos nos separa.
O que nos resta? Respirar o ar que é o nosso
Próprio ar, ardendo em nossas bocas únicas,
Sequiosas de ser desfrutadas, prazer da luta
Pela vida contra a morte dos nossos corpos
Unidos afinal pela distância que nos separa.
3/6/2010
E a distância de todos os tempos nos separa.
O que nos resta? Respirar o ar que é o nosso
Próprio ar, ardendo em nossas bocas únicas,
Sequiosas de ser desfrutadas, prazer da luta
Pela vida contra a morte dos nossos corpos
Unidos afinal pela distância que nos separa.
3/6/2010
03/06/2010
Lemos muita coisa e esquecemos
Justine Reyes
Lemos muita coisa e esquecemos
Do que lemos quase tudo menos
O que fica do que lemos gravado
Em algum lugar que não sabemos
Onde situar em nosso corpo qual
Última morada secreta e fechada
Que cria a memória do que lemos
3/6/2010
Lemos muita coisa e esquecemos
Do que lemos quase tudo menos
O que fica do que lemos gravado
Em algum lugar que não sabemos
Onde situar em nosso corpo qual
Última morada secreta e fechada
Que cria a memória do que lemos
3/6/2010
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