Na esquina da tela vislumbro um corpo. no cimo do corpo um olhar. pousada no colo uma mão. a fascinante arte da sedução.
*
Nada nos distingue a não ser tudo o que a nossa mão não alcança.
*
O caminho circula em tua volta, percorro-o ao longo dos dias e vejo-te acenar do outro lado. Não sei que penas levas no coração, as minhas sei que não podem ser tuas.
*
Quem espera sempre alcança, quem ri por fim ri melhor, o corpo dela balança, suspiro, agarro-me à esperança e, enquanto o corpo avança, espero o pior.
*
Sonhei que a liberdade é azul a cor dos mares do sul. À sombra dela vislumbrei um corpo livre que me procurava e, súbito, acordei.
*
Em busca da palavra no caminho me perdi e encontrei teu rosto inclinado no espelho no qual me revi em memórias e esperas.
*
O ângulo de teu corpo na esquadria do ecrã faz de ti uma maçã.
*
O sorriso ao cimo da escada, um dorso, uma fala: olá és tu? Sou eu, tudo e nada.
*
Sábias as palavras não ditas, espessas como a ansiedade que nos sobressalta.
*
Subindo a encosta se conhece o vento e se encurta a distância para o cume.
2 comentários:
Sencillamente impresionado... como debe ser un epigrama: Breve, conciso...
Un abrazo... sigue adelante...
Enviar um comentário