14/05/2011

TALVEZ UM DIA



Talvez um dia a calma me silencie a rebeldia
me apazigúe a inquietação e a irreverência
que por dentro me exalta e tão mal disfarço
no dia-a-dia. Estados de alma em silêncios
forçados tão ruidosos tão incompreensíveis.
Como vos entendo ao olhar-me sem me ver
por dentro, antigo e desconhecido. Faço o
meu melhor mesmo quando não faço, sou
eu que digo: não faço! E omito ou desdigo
e me encontro a sós comigo sem outro tempo
por viver, nem outro corpo por gastar, nem
outro olhar por cruzar, nem mais admiráveis
outros olhares anónimos íntimos a dar-se
a olhar, nem mais nada ousar ou desfazer.
16/4/2011

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