26/08/2009

EPIGRAMAS

Na esquina da tela vislumbro um corpo. no cimo do corpo um olhar. pousada no colo uma mão. a fascinante arte da sedução.

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Nada nos distingue a não ser tudo o que a nossa mão não alcança.

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O caminho circula em tua volta, percorro-o ao longo dos dias e vejo-te acenar do outro lado. Não sei que penas levas no coração, as minhas sei que não podem ser tuas.

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Quem espera sempre alcança, quem ri por fim ri melhor, o corpo dela balança, suspiro, agarro-me à esperança e, enquanto o corpo avança, espero o pior.

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Sonhei que a liberdade é azul a cor dos mares do sul. À sombra dela vislumbrei um corpo livre que me procurava e, súbito, acordei.

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Em busca da palavra no caminho me perdi e encontrei teu rosto inclinado no espelho no qual me revi em memórias e esperas.

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O ângulo de teu corpo na esquadria do ecrã faz de ti uma maçã.

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O sorriso ao cimo da escada, um dorso, uma fala: olá és tu? Sou eu, tudo e nada.

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Sábias as palavras não ditas, espessas como a ansiedade que nos sobressalta.

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Subindo a encosta se conhece o vento e se encurta a distância para o cume.

2 comentários:

Joan Figueres i Guíxols disse...

Sencillamente impresionado... como debe ser un epigrama: Breve, conciso...

Leonel disse...

Un abrazo... sigue adelante...