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VER
Tu julgas que procuro, e não procuro.
Tu julgas que eu aceito, e não aceito.
Nem de aceitar nem procurar é feita a minha vida.
Sabes? Será que alguma vida
é feita do que julgas?
No coração mental das tuas flor´s perdidas
há um pequeno núcleo enegrecido,
que enegreceu à falta de o olhares.
Não julgues, olha-o.
Olha-o por amor da minha vida.
Verás que se desdobra imaculado.
Estarei pensando fugidiamente em como
será que o olhas. Nada mais farei.
1951
Jorge de Sena
Post-Scriptum [1960] - In Poesia I (Moraes editores 2ª Edição – 1977)
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