22/06/2008

SEM TÍTULO


Não posso escrever já como aqueles
primeiros poemas intencionais pelos
meus trintas e tais escritos com sangue
derramado pela morte da paixão
cantando à-vontade a esperança
de uma nova alvorada de afectos
que mais me consumiam o ventre
e todos os medos com doenças dentro.

Não posso escrever os versos iguais
àqueles que escrevi por esses dias
mágicos de angústias fatais, longe
vão os sonhos, longe vão os tempos
de cantar a vida sem destino à vista
a certeza da eternidade com futuro
aventura percorrida sem a dúvida
de, por fim, encontrar a felicidade.

29/12/2007

[25 Poemas. Selecção de poemas escritos, a lápis, nas páginas do livro “Toda a Poesia”, de Ferreira Gullar, 15ª edição, José Olympio, Editora. Surge fora da ordem cronológica por erro.]

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