24/06/2010

CÓDIGO DA ESTRADA (um poema antigo)


Pamela Creevey

é preciso saber de cor
as coisas banais
que se fazem todo o ano

lavar os dentes, comer
ouvir rádio,
beber a bica, sensações

fumar um charuto, abrir a porta
a alguém que tocou
de propósito, por engano

ensaiar cábulas na mão esquerda
inversões, velocidades
e os limites das dimensões

em Londres as autoridades
não cedem, o pirata do ar
parece que é tanzaniano

o músculo retesa-se ao arrancar
é quase meia noite,
agarrem-me que vou voar

Lisboa, Dezembro de 1981

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