Darryl Baird
Em Julho de 1951 os “Cadernos de Poesia” (Fascículo Oito * Segunda Série) editaram “Poemas”, de Alberto de Lacerda, um grande poeta português esquecido, que domingo passado morreu em Londres. Ao tempo os “Cadernos de Poesia” eram dirigidos por Jorge de Sena, José-Augusto França, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti.
Aqui deixo, em sua homenagem, dois poemas retirados dessa mesma publicação, a partir da sua reprodução fac-similada, dirigida por Luís Adriano Carlos e Joana Matos Frias, editada pela “Campo das Letras”.
VENTO
Que a minha vida fosse para os humanos
como o vento que passa e que se esquece.
Em Julho de 1951 os “Cadernos de Poesia” (Fascículo Oito * Segunda Série) editaram “Poemas”, de Alberto de Lacerda, um grande poeta português esquecido, que domingo passado morreu em Londres. Ao tempo os “Cadernos de Poesia” eram dirigidos por Jorge de Sena, José-Augusto França, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti.
Aqui deixo, em sua homenagem, dois poemas retirados dessa mesma publicação, a partir da sua reprodução fac-similada, dirigida por Luís Adriano Carlos e Joana Matos Frias, editada pela “Campo das Letras”.
VENTO
Que a minha vida fosse para os humanos
como o vento que passa e que se esquece.
EU VOU PARTIR
Eu vou partir. Tenho medo
do mistério que há no mar
envolvendo o meu navio.
Tenho frio.
Eu vou partir. E vou só.
Solicitude é meu brasão.
Tenho medo, meu amigo,
vem comigo.
Aquela luz que eu amava
não virá dizer-me adeus.
Como tudo, numa hora,
foi-se embora.
Sou luz futura. Quimera
interior à adolescência
do meu muito imaginar
sobre o mar.
Eu vou partir. Agitai
como bênção derradeira,
anjos do adeus, imensos
níveos lenços!
Alberto de Lacerda
[Estes dois poemas foram escritos para o livro “Ponte Suspensa”. A data desse livro é Outubro de 1946.]
Eduardo Pitta em Da Literatura
1 comentário:
Estas são as melhores homenagens.
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