Fotografia de Philippe Pache
Corpo, não te lembres de quanto foste amado
só; nem só dos leitos em que te deitaste;
mas também dos desejos que por ti
brilharam francamente nos olhares,
nas vozes palpitaram – e que apenas
um acaso impediu e reduziu a nada.
Agora que ao passado já pertencem todos,
quase é como se tu, a tais desejos,
também te houveras dado – como eles brilhavam,
lembra, nos olhos que se demoravam,
e como nas vozes palpitavam, lembra-te, por ti.
(1918)
Constantino Cavafy
Tradução de Jorge de Sena
“90 e Mais Quatro Poemas” - Edições ASA
Corpo, não te lembres de quanto foste amado
só; nem só dos leitos em que te deitaste;
mas também dos desejos que por ti
brilharam francamente nos olhares,
nas vozes palpitaram – e que apenas
um acaso impediu e reduziu a nada.
Agora que ao passado já pertencem todos,
quase é como se tu, a tais desejos,
também te houveras dado – como eles brilhavam,
lembra, nos olhos que se demoravam,
e como nas vozes palpitavam, lembra-te, por ti.
(1918)
Constantino Cavafy
Tradução de Jorge de Sena
“90 e Mais Quatro Poemas” - Edições ASA
1 comentário:
Tem graça, hoje coloquei na Cabotagem um escrito dele das Páginas Íntimas - há coincidências.
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