Bill Kane - USA, b.1951
Tenho um quarto sabes aqui numa casa pequena
nada mais além de mim mexe no meu eu.
Nos passos dia-a-dia mais pesados nada transporto
de outros a não ser seus sonhos e meus desejos.
Condenado à condenação de ser igual e inseguro
afinal desejado mais do que podem alheios desejos
nada confio de alguém um dia amado
de mim que não seja a recordação de seus beijos.
Esqueço agora na insegura segurança ostentada
a vida de querer ser pessoa sem maldade.
Ligo o passado amor ao presente corpo adolescente
mas não digo nunca que matas a verdade.
22/9/1980
Na publicação artesanal, que antes referi, este poema
foi, por mim, emparelhado com este outro de Jorge de Sena:
VER
Tu julgas que procuro, e não procuro.
Tu julgas que eu aceito, e não aceito.
Nem de aceitar nem procurar é feita a minha vida.
Sabes? Será que alguma vida
é feita do que julgas?
No coração mental das tuas flor’s perdidas
há um pequeno núcleo enegrecido,
que enegreceu à falta de o olhares.
Não julgues, olha-o.
Olha-o por amor da minha vida.
Verás que se desdobra imaculado.
Estarei pensando fugidiamente em como
será que o olhas. Nada mais farei.
1951
Jorge de Sena
Tenho um quarto sabes aqui numa casa pequena
nada mais além de mim mexe no meu eu.
Nos passos dia-a-dia mais pesados nada transporto
de outros a não ser seus sonhos e meus desejos.
Condenado à condenação de ser igual e inseguro
afinal desejado mais do que podem alheios desejos
nada confio de alguém um dia amado
de mim que não seja a recordação de seus beijos.
Esqueço agora na insegura segurança ostentada
a vida de querer ser pessoa sem maldade.
Ligo o passado amor ao presente corpo adolescente
mas não digo nunca que matas a verdade.
22/9/1980
Na publicação artesanal, que antes referi, este poema
foi, por mim, emparelhado com este outro de Jorge de Sena:
VER
Tu julgas que procuro, e não procuro.
Tu julgas que eu aceito, e não aceito.
Nem de aceitar nem procurar é feita a minha vida.
Sabes? Será que alguma vida
é feita do que julgas?
No coração mental das tuas flor’s perdidas
há um pequeno núcleo enegrecido,
que enegreceu à falta de o olhares.
Não julgues, olha-o.
Olha-o por amor da minha vida.
Verás que se desdobra imaculado.
Estarei pensando fugidiamente em como
será que o olhas. Nada mais farei.
1951
Jorge de Sena
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