03/03/2008

BORRAS DE IMPÉRIO III

Nubar Alexanian

Pergunto-me a mim mesmo como foi possível:
ou os impérios gastam o seu povo até que ele seja
uma raça agachada, mesquinha e traiçoeira,
ou é com gente dessa que os impérios se fazem,
já que nada glorioso se constrói humanamente
sem 10% de heróis e 90% de assassinos.

Que coisa fedorenta a glória, sobretudo
enquanto não passam séculos e só ruínas
fiquem – onde nem o pó dos mortos
ainda cheire mal.

Jorge de Sena.
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[In “Poesia III” – “Exorcismos - 1972” – selecção de poemas resultante da leitura de Julho de 2007 em Cuba. (34).

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