Julio Galindo
VI
E, todavia, eu não quisera amar-te.
Mas ter-te, sim, de todas as maneiras.
Quem és e como és, de quem te abeiras,
que dizes ou não dizes, pouco importa.
E muito menos hoje me conforta.
Neste sorriso que te dou tranquilo,
eu ponho num remorso tudo aquilo
que em fundo amor eu te pudera dar-te,
se alguma vez te amasse de amor fundo.
Senta-te à luz do mar, à luz do mundo,
como na vez primeira em que te vi,
tão jovem, que era crime o contemplar-te.
E despe-te outra vez, pois vêm olhar-te
quantos te buscam de saber-te aqui.
Sendo um de tantos, nunca te perdi.
25/2/1965
Jorge de Sena.
[In “Poesia III” – “Brasil” – selecção de poemas resultante da leitura de Julho de 2007 em Cuba. (21).]
VI
E, todavia, eu não quisera amar-te.
Mas ter-te, sim, de todas as maneiras.
Quem és e como és, de quem te abeiras,
que dizes ou não dizes, pouco importa.
E muito menos hoje me conforta.
Neste sorriso que te dou tranquilo,
eu ponho num remorso tudo aquilo
que em fundo amor eu te pudera dar-te,
se alguma vez te amasse de amor fundo.
Senta-te à luz do mar, à luz do mundo,
como na vez primeira em que te vi,
tão jovem, que era crime o contemplar-te.
E despe-te outra vez, pois vêm olhar-te
quantos te buscam de saber-te aqui.
Sendo um de tantos, nunca te perdi.
25/2/1965
Jorge de Sena.
[In “Poesia III” – “Brasil” – selecção de poemas resultante da leitura de Julho de 2007 em Cuba. (21).]
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