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(em estilo do Largo da Portagem, em Coimbra)
De uma poesia esperam
tanta cousa!
E logo desesperam,
se não ousa.
Mas a poesia nada tem com isso.
Ela não diz nem faz,
nem está sequer ao teu ou meu serviço.
Serão visões de paz,
aquilo que ela traz:
mas quanta guerra para falar nisso!
Uma só coisa ela terá, se for
(e espera ou desespera,
conforme o meu, o teu, o nosso amor):
Inverno ou Primavera,
e sempre uma outra dor.
7/2/1960
Jorge de Sena
[In “Poesia III” – “Brasil” – selecção de poemas resultante da leitura de Julho de 2007 em Cuba. (7)]
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