Philippe Pache
O que eu queria não posso pedir que me escapa
a sem razão de o não obter, o que eu queria era
num dia assim aberto um olhar liso e claro
na direcção do meu sorriso que espera longo.
Aguento, aguento-o dia após dia, abro e fecho
a mão, agarro o que eu queria um momento
mas no outro se me cava a ruga funda no meio
da testa e se me enche o fundo da pele de suor.
O que eu queria não o posso dizer senão talvez
a alguém que és tu que já o sabes melhor
do que eu quando digo que não falo mais nisso.
O que eu queria me desses naquele dia maduro
era um sorriso que se fixasse para sempre
no rosto que é o resto que eu tinha posto de fé
na vida para além de mim e do que eu queria.
22/9/1981
[Escrito numa folha de papel A4, ocupando, integralmente, a sua metade superior, a caneta de “tinta permanente”, sem emendas. Suponho que saiu à primeira senão ter-lhe-ia acrescentado, pelo menos, um verso.]
O que eu queria não posso pedir que me escapa
a sem razão de o não obter, o que eu queria era
num dia assim aberto um olhar liso e claro
na direcção do meu sorriso que espera longo.
Aguento, aguento-o dia após dia, abro e fecho
a mão, agarro o que eu queria um momento
mas no outro se me cava a ruga funda no meio
da testa e se me enche o fundo da pele de suor.
O que eu queria não o posso dizer senão talvez
a alguém que és tu que já o sabes melhor
do que eu quando digo que não falo mais nisso.
O que eu queria me desses naquele dia maduro
era um sorriso que se fixasse para sempre
no rosto que é o resto que eu tinha posto de fé
na vida para além de mim e do que eu queria.
22/9/1981
[Escrito numa folha de papel A4, ocupando, integralmente, a sua metade superior, a caneta de “tinta permanente”, sem emendas. Suponho que saiu à primeira senão ter-lhe-ia acrescentado, pelo menos, um verso.]
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